No dia 15 de agosto, por volta das 8h30 da manhã, uma extensa interrupção no fornecimento de energia elétrica abalou todo o país, resultando em "apagões" que atingiram vários estados e regiões.

Entenda abaixo as circunstâncias desse incidente, suas origens e como sistemas de alívio de carga entraram em ação.

As origens da interrupção e a abrangência dos danos

O evento ocorrido em 15/08 provocou uma perturbadora interrupção no fornecimento de energia elétrica, afetando regiões distintas e espalhando-se por todo o país. Aproximadamente 16GW de carga foram abruptamente interrompidos, correspondendo a cerca de 20% do consumo registrado naquele momento.

A investigação das causas dessa ocorrência encontra-se nas mãos das autoridades competentes, embora informações preliminares sugiram que o problema possa ter se originado nas linhas de transmissão que conectam as regiões Norte e Nordeste ao Sudeste/Centro Oeste.

O intrincado sistema de alívio de carga e suas implicações

A dúvida que muitos podem ter é: por que um problema iniciado em uma única interligação pode gerar efeitos tão amplos e impactar diversas áreas do país? Para entender essa dinâmica complexa, é necessário examinar as circunstâncias que cercaram o incidente, bem como compreender o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC).

O Sistema Interligado Nacional (SIN), que possibilita a transferência instantânea de energia gerada para todas as partes do país, desempenha um papel crucial nesse cenário. No entanto, no momento da interrupção da interligação entre o Nordeste e o Sudeste, um desequilíbrio entre a geração disponível e a demanda de consumo ocorreu de forma imediata. Esse desequilíbrio, caso persista, pode resultar em instabilidade e até colapso do sistema elétrico.

É nesse contexto que o ERAC entra em jogo. Projetado para reequilibrar o sistema, esse esquema opera por meio da redução gradual da carga elétrica. Blocos de energia são cortados escalonadamente até que o equilíbrio seja restaurado. No entanto, o funcionamento do ERAC é, por natureza, distribuído, dependendo das variações de subfrequência observadas. Quanto mais rápido o ERAC agir, mais rapidamente a estabilidade será restabelecida, minimizando o impacto nos consumidores.

A recuperação e o aguardo das informações detalhadas

Com a restauração do equilíbrio no sistema, os consumidores que foram desconectados gradualmente são reintegrados à rede elétrica. Nos próximos dias, o operador do sistema divulgará informações mais detalhadas sobre as causas subjacentes a esse incidente e a atuação dos sistemas de proteção e alívio de carga.

O caso enfatiza a complexidade inerente ao sistema elétrico e destaca a necessidade contínua de aprimorar a infraestrutura para garantir um fornecimento de energia confiável e seguro.

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