A quantidade de chuvas registrada em 2022 e agora no início de 2023 contribuiu para o aumento dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, o que resultou em uma redução dos preços da energia no mercado livre.

Esta é uma excelente oportunidade para que os consumidores aptos migrem. Atualmente, o valor do megawatt-hora tem sido negociado por volta de R$ 69,04, que é o piso. Em contratos de médio prazo, o preço caiu de R$ 160 a R$ 170, praticados em fevereiro de 2022, para atuais R$ 110.

Expansão do Mercado Livre de Energia

A Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel) revelou que, no ano passado, o consumo de energia no mercado livre – 24.634 MWmed – correspondeu a 37% do total de energia consumida no Brasil, um incremento de 3% em relação ao ano anterior. O cenário de queda nos preços tem estimulado o aumento da demanda neste mercado livre.

Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da Abraceel, acredita que o mercado livre de energia em Minas Gerais, que atualmente é de 53%, terá um crescimento significativo ao longo dos próximos anos. No ano passado, o número de unidades consumidoras aumentou 17%, e esse índice deve se manter em 2023.

“Essa expectativa positiva de crescimento é decorrente da competitividade que o mercado livre tem. Além disso, a partir de janeiro de 2024 – em função da portaria amplia o acesso ao mercado livre – todo restante do grupo A, cerca de 100 mil consumidores, poderão migrar para o mercado livre. Isso promoverá uma alta de 10% do volume de consumo do mercado livre. Podemos passar dos atuais 37% de toda a energia consumida no País, para 47% com a abertura”

afirmou Ferreira.

Ainda segundo o presidente-executivo, mesmo se concedidos benefícios tributários ao mercado regulado, o mercado livre continua competitivo. “Estamos muito animados, o momento é muito bom para a comercialização. Nosso preço, historicamente, é até 50% mais barato que o regulado. Independente do mercado regulado ter benefícios tributários, continuamos muito competitivos”.

Ambiente de Contratação Livre pode aumentar em até 40% em dois anos

No ano passado, o mercado de energia elétrica do Brasil avançou significativamente em direção à completa abertura, algo que já havia sido previsto por Rodrigo Ferreira, CEO da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), no início de 2022.

Durante um evento realizado em fevereiro, Ferreira afirmou que o Ambiente de Contratação Livre (ACL) tem a capacidade de atender a 40% dos consumidores que ainda não migraram do mercado cativo, mas esse número poderia chegar a 46% se incluísse o Grupo A, atendido pelo mercado cativo. A abertura completa poderia acontecer em até 24 meses.

Grandes expectativas para o setor

De acordo com o presidente-executivo da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), Rodrigo Ferreira, o mercado livre de energia tem grandes expectativas para o futuro, e aguarda a aprovação de duas medidas importantes pelo governo federal que podem beneficiar o mercado.

A primeira medida é o Projeto de Lei 414, que já foi aprovado no Senado e aguarda votação na Câmara dos Deputados, e trata principalmente da transição energética e modernização do setor elétrico como um todo.

A segunda medida é a abertura do mercado livre para todos os consumidores, que foi consensualmente desejada pela maioria dos agentes do mercado, e pode ser aprovada a qualquer momento pelo Ministério de Minas e Energia por meio de portaria ou decreto.

Se aprovada, a abertura ocorreria a partir de 2026, beneficiando 90 milhões de consumidores e equiparando o modelo comercial do Brasil aos mais modernos do mundo, com empresas disputando as contas e fazendo marketing de varejo e publicidade. Segundo Ferreira, o consumidor será o maior beneficiado com essas medidas.

Fontes: Diário do Comércio

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