O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) se reuniu no dia 1 de junho, em caráter ordinário, presidido pelo Ministro Adolfo Sachsida, para avaliar, entre outros assuntos, as condições de suprimento eletroenergético ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Após a reunião do comitê em maio de 2022, onde foi constatada a recuperação das condições de armazenamento devido a maior afluência nas usinas hidrelétricas, agora há a confirmação da continuidade das chuvas na região Sul. Nas demais regiões, as precipitações seguem predominantemente abaixo da média histórica.

Mesmo com essa baixa, a melhora nas condições hidrológicas do subsistema Sul se refletiu positivamente sob a ótica do SIN, uma vez que houve maior contribuição desse subsistema aos demais. Consequentemente, ao final de maio, foram alcançados, respectivamente armazenamentos equivalentes de 66,4%, 90,3%, 94,3% e 98,9% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, e a previsão para o fim de junho nesses subsistemas é de 66,1%, 93,9%, 92,0% e 99,1%.

Exportação para Argentina e atendimento a Roraima

Os estudos apresentados, que contemplam avaliações estendidas até o final de novembro de 2022, indicam o pleno atendimento em termos de energia e potência para todo o período, sem que haja necessidade de uso da reserva operativa.

Assim, foi informado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que, no mês de maio, foi realizada exportação de energia elétrica para a Argentina, proveniente de usinas termelétricas que não estavam sendo utilizadas para atender ao SIN em modalidade comercial e de excedente de geração de usinas hidrelétricas.

Em relação ao atendimento eletroenergético ao estado de Roraima, foi informado pelo ONS que foram adotadas medidas que estabilizaram o sistema, que está transicionando parte da geração de usinas termelétricas a diesel para gás natural. Também foram avaliadas a logística de transporte de combustíveis para as usinas e o Plano de Substituição do Parque Gerador do Sistema Elétrico de Roraima.

PLD deve estabilizar em 2022

Devido às boas condições nos reservatórios das usinas hidrelétricas, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), referência de valor para a energia comercializada no mercado de curto prazo, deve permanecer estável neste ano, segundo especialistas.

Isso porque o PLD é apurado com base nos Custos Marginais de Operação (CMO), que obtém dados do ONS e estabelece quanto custa produzir um Megawatt-hora (MWh) adicional para o sistema elétrico.

Dessa forma, o PLD limita valores máximos e mínimos definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e é utilizado não só na precificação do Mercado Cativo, mas também como parâmetro nas negociações do Mercado Livre de Energia. No entanto, os consumidores cativos estão presos às bandeiras tarifárias definidas pelo governo, variando de acordo com o custo de energia.

Histórico recente do PLD

Durante a crise hídrica, o PLD chegou ao pico de R$ 583,88 entre abril e setembro do ano passado. Agora, dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostram que, desde novembro de 2021, o preço médio mensal em todo o país não ultrapassa R$ 100,00. Na primeira semana de março deste ano, por exemplo, o PLD foi estipulado em R$ 55,70. 

De acordo com o presidente-executivo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Rodrigo Ferreira, à uma reportagem ao Jornal Diário do Comércio, o impacto dos reservatórios nos contratos no mercado livre de energia é basicamente nulo:

“Na maioria dos casos (cerca de 70% das contratações pelo preço bilateral), os contratos de compra e venda de energia têm um prazo superior a dois anos e o restante tem um prazo superior a quatro anos. Então, todos esses clientes que estão contratados nesse período estão protegidos de variações de reservatório”.

Ferreira afirmou também que os contratos do mercado livre de energia têm um preço de energia contratado, tabelado e fixado, que é reajustado por indicador de inflação, geralmente medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA).

Fonte: Ministério de Minas e Energia e Além da Energia

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