Notícias do Setor
13 de novembro, 2024
LEITURA DE 3MIN
Conta de luz sobe 4,74% em outubro e eleva inflação do mês
Alta da tarifa em outubro impacta o índice de preços, mas alívio é esperado com mudança de bandeira em novembro
Em outubro, a conta de luz foi o principal fator para a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A tarifa de energia elétrica teve um aumento de 4,74% devido à ativação da bandeira vermelha patamar 2, a mais alta na cobrança adicional de energia.
Essa elevação, impulsionada pela queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas, colaborou para que a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegasse a 4,72%, acima da meta de 4,5% perseguida pelo Banco Central.
Mudança de bandeira tarifária pode aliviar inflação
De acordo com especialistas, o cenário inflacionário na energia elétrica deve sofrer mudanças em novembro, quando a bandeira tarifária passa para o nível amarelo, de custo menor, graças a uma melhora nas condições de geração.
Isso representa um alívio de aproximadamente R$ 1,885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumido, contribuindo para reduzir a pressão sobre o IPCA neste final de ano.
Matheus Dias, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica que o aumento da tarifa em outubro se deveu à transição da bandeira vermelha do patamar 1 para o patamar 2. Em novembro, a bandeira amarela trará custos mais baixos para o consumidor.
Reservatórios e clima impactam a geração de energia
A seca prolongada, intensificada pelo fenômeno climático El Niño, resultou em níveis críticos nos reservatórios das regiões Centro-Oeste e Sudeste, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No entanto, com a chegada da temporada de chuvas, o ONS espera uma recuperação desses níveis em novembro, estimando que os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste atinjam 42,7% da capacidade, uma melhora em relação aos 40,2% registrados na semana anterior.
O economista Antônio Ricciardi, da GO Associados, afirma que, embora as chuvas tragam algum alívio ao IPCA, o impacto será temporário. O fenômeno La Niña, que pode suceder o El Niño, tem potencial para reduzir o índice de chuvas no próximo ano, mantendo a atenção no cenário energético para os próximos meses.
Perspectivas para a inflação de energia
A combinação da mudança de bandeira tarifária e da melhora nos níveis dos reservatórios sugere uma redução temporária na inflação de energia para o final de 2024 e início de 2025. No entanto, o comportamento climático continuará a ser um fator de incerteza, destacando a importância do consumo consciente de energia e da busca por alternativas renováveis para enfrentar o impacto do clima na geração elétrica do país.
Fonte: CNN