O tema da contratação de 8 GW em termelétricas a gás natural, a conclusão pendente da usina nuclear de Angra 3 e as dificuldades financeiras enfrentadas pelas distribuidoras Amazonas Energia e Light estão levantando preocupações sobre os possíveis impactos nas tarifas de energia no Brasil.

Essas questões complexas serão de responsabilidade do governo federal, que precisará lidar com futuras pressões, parte delas gerada pelo Legislativo. Este artigo discutirá os desafios envolvidos em cada uma dessas áreas e as decisões que precisam ser tomadas.

Contratação de termelétricas a gás natural e sua viabilidade

A Lei 14.182/2021 autorizou a capitalização da Eletrobras e estabeleceu a contratação de 8 GW de termelétricas a gás natural. No entanto, a implantação desses projetos enfrenta obstáculos, uma vez que muitos deles serão construídos em locais onde não há infraestrutura de rede de gás. O governo precisa decidir se seguirá adiante com essa contratação, cujo segundo leilão está previsto para ocorrer ainda este ano.

Simulações realizadas pela Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia) indicam que os custos de geração desses projetos podem variar de R$ 3,51/MWh a partir de 2026, quando 1 GW estará em operação no cenário mais otimista, até R$ 35,45/MWh, quando os 8 GW estiverem em pleno funcionamento em 2030, no cenário mais pessimista. Abandonar essa contratação pode gerar impactos políticos significativos para a base governista no Congresso.

Usina nuclear de Angra 3 e seus desafios financeiros

Outro ponto crucial a ser considerado é a decisão sobre a usina nuclear de Angra 3.

Estima-se que sejam necessários cerca de R$ 20 bilhões adicionais para concluir as obras e iniciar as operações até 2029. Por outro lado, o custo estimado para abandonar completamente o projeto é de aproximadamente R$ 13,6 bilhões.

Além disso, a energia produzida pela usina nuclear de Angra 3 tem um preço estimado em R$ 700/MWh, quatro vezes maior do que o preço da energia eólica e solar negociada em leilões de 2022.

Desafios financeiros das distribuidoras e suas consequências

As dificuldades financeiras enfrentadas pela Light e pela Amazonas Energia também são motivo de preocupação.

A imposição de tarifas extraordinárias e outros mecanismos para aumentar a arrecadação dessas distribuidoras tem seus limites.

Em primeiro lugar, isso pode levar ao aumento da inadimplência e dos furtos de energia. Em segundo lugar, o aumento de custos será repassado aos consumidores regulados nas tarifas de energia.

Fonte: Info4

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