O crescente protagonismo das energias eólica e solar na matriz energética brasileira até 2029 traz consigo um desafio significativo: a intermitência dessas fontes. O Operador Nacional do Sistema (ONS) está empenhado em enfrentar essa nova realidade por meio de estratégias e inovações para assegurar um fornecimento estável de energia elétrica.

Gerenciando a intermitência das energias renováveis: desafios e preocupações

O caráter intermitente das fontes de energia eólica e solar, que lideram os novos projetos de geração até 2029 no Brasil, coloca em destaque a necessidade de lidar com a variabilidade de geração. O diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, enfatiza que essa realidade não pode ser controlada de forma simples, uma vez que depende das leis da natureza e não possui um botão de liga e desliga.

Esse cenário difere das preocupações enfrentadas no passado, como quando na ocasião do racionamento de energia, que demandavam o incremento de usinas térmicas e a ampliação das redes de transmissão.

Estratégias para estabilizar o fornecimento de energia

Para enfrentar o desafio da intermitência das fontes renováveis, o ONS busca respostas ágeis para a variação horária ou infra-horária da produção e consumo. Especialistas propõem soluções como o uso de baterias para armazenamento de energia excedente e sua liberação em momentos de queda na geração.

Além disso, discussões envolvendo equipamentos como "compensadores síncronos" e "statcom" estão em pauta, visando mitigar a intermitência e garantir a estabilidade da rede de transmissão. Essas abordagens estão sendo acompanhadas pelos órgãos de planejamento e podem vir a ser requisitos nas futuras contratações dessas fontes.

O futuro da estabilidade energética no Brasil

O diretor-geral do ONS aponta que o resultado do relatório sobre as causas do apagão do dia 15 de agosto pode trazer informações relevantes para a adoção de equipamentos de estabilização. A Abrate, representante das transmissoras de energia, defende a mudança na legislação para permitir a contratação de sistemas de armazenamento em leilões de expansão da rede básica, como forma de enfrentar a intermitência.

A discussão sobre a contribuição das hidrelétricas para a rede de transmissão também é abordada, ressaltando a importância da "reserva operativa" e "inércia" dessas usinas.

Fonte: Valor Econômico

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