A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apurou dados de 2022 que apontam recorde em geração de energia a partir de fontes renováveis.

Segundo o relatório, 92% de toda eletricidade produzida no Sistema Interligado Nacional (SIN) foi gerada por usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa.

Após a pior crise hídrica em 91 anos, verificada no final de 2021, quando  o Brasil quase enfrentou novo racionamento por falta de água nos reservatórios, este é o maior percentual dos últimos dez anos – desde que a matriz deixou de ser preponderantemente hídrica.

O fantasma do racionamento passou, mas o intenso acionamento de termelétricas fez com que o país herdasse uma dívida bilionária de longo prazo, por conta das ações de enfrentamento.

Cenário climático favorável

Além do regime de chuvas ter sido favorável para a recuperação dos reservatórios, a  expansão das usinas movidas pelo vento e pelo sol também contribuíram para esse cenário.

Assim, o levantamento dos dados de 2022 mostra que dos 67,3 mil megawatts médios (MWm) produzidos no ano, quase 62 mil MWm foram gerados a partir de fontes renováveis.

Segundo o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, o recorde se deve à matriz elétrica diversificada do Brasil, que se destaca no cenário mundial.

“Tivemos uma hidrologia favorável com chuvas nos reservatórios das hidrelétricas e a geração eólica permitiu uma boa safra dos ventos. Além disso, o Brasil expandiu a capacidade de geração renovável e tivemos a entrada em operação de novas linhas de transmissão que aumentaram a exportação da energia até os pontos de consumo. Tudo isso permitiu que o país chegasse a este patamar”

explica

2022 e a ampliação da matriz elétrica

O ano de 2022 foi destaque na ampliação da matriz elétrica, especialmente no aumento da oferta de energia de fontes renováveis, com expansão superior a 8,2 gigawatts (GW) - a segunda maior registrada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), atrás dos 9,5 GW alcançados em 2016. Já na transmissão, mais de 9,2 mil quilômetros de linhas entraram em operação.

Altieri ainda afirma que, além do ganho ambiental, essa diversificação traz oportunidades em novos mercados, como o de créditos de carbono e de hidrogênio renovável. Hoje, o Brasil está mais preparado para possíveis crises.

Para 2023, está previsto que 9,45 GW de capacidade entre em operação, sendo 8,7 GW apenas de eólica e solar.

Brasil como referência na geração de energia limpa

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, afirma que o país procura ser exemplo para o mundo na geração de energia limpa.

"Seguindo a diretriz estabelecida pelo presidente Lula, trabalhamos para, nos próximos anos, contribuir mais na preservação do planeta por meio do aproveitamento de fontes renováveis, não somente na geração de energia elétrica, mas na nossa matriz energética"

frisa

Enquanto isso, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, lembrou que o Brasil sempre foi referência em energia renovável, visto que 83% da matriz elétrica é formada por hidrelétricas, eólicas, solares e térmicas movidas à biomassa.

"Nos últimos anos, vimos um protagonismo muito forte das fontes eólica e solar. Em 2022, a Aneel liberou para operação comercial 8,2 GW de novas usinas, dos quais 68% foram das duas fontes. Isso sem contar o fenômeno da micro e minigeração distribuída que em 2022 trouxe 7,3 GW de potência, quase toda ela solar."

Assim, Feitosa vê um futuro positivo para o setor elétrico. “Para o futuro, o prognóstico é o mesmo. O Brasil tem tudo para continuar sendo o país da energia segura, limpa e, se eliminarmos os subsídios, barata”.

Fontes: Valor Econômico

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