Muito se tem falado sobre a abertura gradual do mercado livre de energia elétrica, processo que vem ocorrendo já há alguns anos. O processo torna democrático o acesso a este ambiente, não só para grandes consumidores de energia, já acostumados com sua complexidade e desafios há décadas, mas agora também para consumidores médios e até pequenos.

Os novos consumidores buscam, no chamado ACL, um caminho para assegurar redução de custos, sem deixar de lado o ambiente pouco complexo (mesmo que aparentemente), do fornecimento tradicional adotado pelas concessionárias de energia elétrica.

A Portaria MME nº 50 de 27/09/2022 trouxe ao mercado a concretização de uma demanda há muito tempo pleiteada pelos agentes envolvidos no ambiente do mercado livre. Agora, é possível que todos os consumidores do chamado grupo A (Alta Tensão) adotem este modelo de fornecimento de energia, a partir de 2024.

Mas muito antes de sua publicação, grandes empresas do segmento, principalmente aquelas especializadas na prestação de serviços de consultoria e gestão de energia elétrica, já se preparavam para esta importante transição.

Um novo conceito de consultoria

Até então, a prestação de serviços de consultoria em energia no ambiente do mercado livre estava caracterizada unicamente por um atendimento personalizado e ativo, fornecido por equipes especializadas, que buscavam agregar ao valor da compra da eletricidade e demandas operacionais, um escopo robusto voltado a estratégias de contratação, monitoramento de mercado, pricing e apoio regulatório.

Como efeito lógico, tal perfil de negócio significava investimentos relevantes em mão de obra e a cobrança de tickets altos pela prestação do serviço de gestão.

À medida que o perfil do consumidor que ingressa no mercado livre foi mudando, as consultorias também se adequaram às suas realidades de operação, dando espaço a escopos intermediários de prestação de serviços, em que a remuneração seguia a lógica da complexidade do serviço oferecido.

Salto em adesões no ano de 2016 e o novo perfil do consumidor

Durante o ano de 2016 esta lógica se tornou explícita. Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 2.303 empresas ingressaram no mercado livre de energia elétrica, número 25 vezes maior do que em 2015.

Dentro desse número, 2.102 eram definidos como especiais, ou seja, consumidores com perfil de consumo mais baixo e operação relativamente mais simples. Muitos deles, inclusive, ingressaram no mercado através de grandes blocos de unidades consumidoras, as chamadas comunhões de interesse.

Estes dados, na época, embora não limitados a esta condição, já demonstravam que o mercado de consultoria de energia passava por uma transição. Os processos de prestação de serviços, que eram baseados no conhecimento técnico especializado, relacionamento e atendimento personificado, aos poucos davam lugar a construção de ferramentas automatizadas e digitais, que buscavam acima de tudo tornar os processos de gestão mais eficientes.

Seguindo a lógica observada em outros mercados, o mercado de energia (especificamente o de consultoria), começava a entregar valor no acesso rápido a dados e resultados, com tendência a descomplicação de processos. Grande parte dos consumidores já não estava tão interessada em saber como o mercado funcionava, tão pouco em estratégias complexas de contratação, e sim quais os benefícios ele entregava.

Este processo levou empresas do segmento a investirem de forma expressiva em digitalização, padronizando a prestação de serviços de consultoria e gestão.

Novo panorama na gestão de energia

Seguindo este contexto, vislumbrando a abertura do mercado a consumidores de todas as faixas de alta tensão a ocorrer em 2024, existem hoje muitas empresas que ofertam serviços de consultoria no mercado livre de energia tendo na tecnologia de dados e sistemas seu maior apelo de diferencial competitivo. Mesmo empresas mais tradicionais do mercado, guiadas pela tendência da digitalização, revolucionaram suas estratégias de negócio, apostando na transição varejista do mercado livre.

Mas, e o grande consumidor livre de energia? É possível afirmar que a digitalização massiva possa substituir integralmente a consultoria especializada para este importante e pioneiro grupo de agentes?

É correto garantir que grandes consumidores de energia elétrica, tradicionalmente caracterizados pela complexidade operacional quando o tema é contratação de energia no mercado livre, dado a relevância do insumo energia elétrica em suas operações, irão basear sua tomada de decisão sem a assessoria de um consultor ou equipe especializada?

Especialistas de mercado têm notado atualmente uma tendência de insatisfação deste perfil de consumidor, frente ao caminho inerente à digitalização adotado no segmento de consultoria no mercado livre de energia.

As queixas, em geral, resumem-se ao fato de que há uma escassez de consultorias aptas a entender de forma específica as demandas e necessidade destes grandes consumidores de energia, levando em consideração as particularidades de cada segmento de negócio, seja na indústria, grandes redes de varejo ou mesmo serviços, e sua implicação na melhor tomada de decisão quando o desafio é a contratação de energia elétrica no mercado livre.

Assim, empresas de consultoria que souberem equilibrar o grande potencial logo à frente, trazido pela transformação varejista do mercado livre e a consequente eficiência da tecnologia, com o olhar atento a um nicho de consumidores ainda requerente de uma prestação de serviços técnica e especializada, poderão afirmar com certeza que, em meio a grande competição de mercado, são efetivamente diferenciadas.

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