O mercado livre de energia tem sido uma grande influência para o desenvolvimento de novas usinas solares de grande porte no Brasil nos próximos anos, conforme explica Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar. Com a redução na contratação por meio de leilões regulados, grandes consumidores estão buscando energia diretamente no mercado livre, aproveitando a oportunidade de negociar contratos diretamente com geradoras ou comercializadoras.

Desde janeiro de 2024, consumidores com demandas inferiores a 500 kW também já podem aderir ao mercado livre, e espera-se que, na próxima década, essa opção esteja disponível para todos os consumidores, incluindo os residenciais.

Dados sobre capacidade instalada

Os primeiros grandes contratos para a fonte solar fotovoltaica no Brasil foram fechados no mercado livre de energia, um movimento que ganhou força a partir de 2016.

O Brasil possui atualmente 45 GW de capacidade solar instalada. Desse montante, 30 GW estão distribuídos em pequenos sistemas de geração distribuída, onde consumidores produzem sua própria energia por meio de painéis fotovoltaicos instalados em telhados ou terrenos. Os restantes 15 GW são provenientes de usinas solares de grande porte, pertencentes à geração centralizada. 

Segundo o presidente da Absolar, a tendência de agora em diante é que o mercado livre passe a absorver até 80% do total instalado em projetos centralizados no país.

Competitividade e desafios

A fonte solar fotovoltaica tem se destacado por sua competitividade, com uma queda de 86% nos custos nos últimos dez anos, principalmente devido à redução dos preços dos módulos solares e à melhoria na eficiência dos componentes. O ganho de escala nas fábricas, especialmente com novas capacidades produtivas entrando em operação globalmente em 2023, contribuiu ainda mais para a queda dos preços.

A previsão da Absolar é de que em 2024 deve haver um aumento de 9,4 GW de capacidade instalada dessa fonte no país, onde aproximadamente 6 GW são de geração distribuída e 3,4 GW da geração centralizada. 

Contudo, os altos custos logísticos, particularmente no transporte marítimo de equipamentos importados da China, continuam sendo um obstáculo significativo para os empreendedores. “Para novos contratos, o setor tem trabalhado já buscando incorporar a realidade desses novos preços”, afirma Sauaia.


Fonte: Infomoney