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07 de junho, 2023
LEITURA DE 5MIN
Migração para o mercado livre de energia: expectativas de economia e estabilidade de preços impulsionam empresas
Milhares de empresas se preparam para ingressar no mercado livre de energia, buscando economia e previsibilidade de preços, enquanto impulsionam a transição para fontes renováveis
O mercado livre de energia elétrica está prestes a receber milhares de empresas no início de 2024. Essas empresas têm grandes expectativas de economizar de 15% a 30% em suas contas de luz e garantir preços estáveis ao longo dos contratos.
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 24 mil empresas, sendo 95% de médio porte, têm a intenção de migrar para o mercado livre. Isso representa um aumento significativo, uma vez que atualmente apenas 10,5 mil empresas adotam esse modelo.
O crescimento do mercado livre de energia
De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), atualmente o mercado livre conta com 32,2 mil unidades consumidoras.
No entanto, essas unidades, que compreendem na sua maioria as grandes indústrias, são responsáveis por mais de um terço do consumo nacional. A CCEE está avaliando o potencial de novas adesões, com expectativa de que a maioria virá das áreas de serviços, comércio e alimentos.
Exemplos de empresas que migrarão para o mercado livre
A Frumar, uma processadora e distribuidora de pescados, planeja migrar para o mercado livre a partir de 2024. A empresa busca uma redução de 25% em seus gastos anuais atuais de R$ 650 mil em energia, além de garantir que seu suprimento seja proveniente de fontes renováveis, como energia solar, eólica e pequenas centrais hidrelétricas. Essa economia permitirá à empresa investir em máquinas e tecnologia.
A BCBF, fabricante de copos e produtos descartáveis para festas, prevê uma redução de até 35% em sua conta de energia na fábrica de Resende (RJ) após migrar 100% de sua demanda para o mercado livre em 2024. A empresa também valoriza a previsibilidade dos preços e planeja investir metade do dinheiro economizado em inovação e equipamentos.
O grupo Sabin, do ramo de medicina diagnóstica, pretende contratar no mercado livre pelo menos 80% do consumo de suas unidades em Manaus (AM), Anápolis (GO) e Ribeirão Preto (SP), alinhando-se à sua agenda ESG. A empresa espera reduzir de 15% a 20% suas despesas com energia nessas operações, além de contar com o suprimento de energia oriunda de fontes renováveis.
Perspectivas futuras do mercado livre de energia
Rodrigo Ferreira, presidente executivo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), acredita que, de acordo com as novas regras estabelecidas pelo Ministério das Minas e Energia em 2022, não mais do que 5% das unidades consumidoras de alta tensão no Brasil permanecerão no mercado cativo das concessionárias. Ele espera que a migração ocorra em um prazo mais dilatado, já que muitas unidades consumidoras de alta tensão que adotaram sistemas de produção distribuída dificilmente migrarão imediatamente após a entrada em vigor da nova regra.
Ferreira destaca que o mercado livre proporcionou uma economia recorde de R$ 41 bilhões para os grandes consumidores em 2022, além de oferecer energia 100% renovável, o que é valorizado em mercados que priorizam o desenvolvimento sustentável. Ele defende a abertura total do setor, inclusive para consumidores de baixa tensão, como residências e pequenas empresas, que poderiam reduzir suas contas de energia em até 19%. Estima-se que isso possa ocorrer entre 2026 e 2028.
Fonte: Valor Econômico
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