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11 de dezembro, 2024
LEITURA DE 5MIN
Piloto em SC e RS testa mercado livre de energia para consumidores de baixa tensão
Aneel autoriza projeto pioneiro para avaliar comportamentos e preparar o setor para a abertura do mercado.
O mercado de energia no Brasil se prepara para mudanças significativas com a expansão do ambiente de contratação livre (ACL). Embora os consumidores de baixa tensão ainda não possam migrar para o mercado livre, um projeto inovador promete aproximar essa realidade. Em novembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um programa piloto que será realizado em 2025, envolvendo quatro cooperativas de distribuição nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
As cooperativas participantes — Cerbranorte, Certaja, Certel e Coprel, testarão dinâmicas do mercado livre em um formato experimental, conhecido como sandbox tarifário. A iniciativa tem como objetivo compreender o comportamento dos consumidores de baixa tensão e preparar essas empresas para a transição ao ACL.
O que é o sandbox tarifário e como ele funciona?
Inspirado por experiências internacionais, o sandbox tarifário permite simulações controladas de um mercado energético mais competitivo. Neste projeto, cerca de 3,1 mil consumidores, selecionados entre 15 mil entrevistados, participarão de experimentos que envolvem tarifas diferenciadas, contratos personalizados e apelos econômicos e ambientais.
Segundo o superintendente da entidade, José Zordan, entre as principais perguntas a serem respondidas estão: o associado das permissionárias está disposto a comprar energia de outros agentes? O vínculo cultural com as permissionárias é mais forte do que eventuais benefícios econômicos? Como será o faturamento da baixa tensão no mercado livre massificado? E as relações comerciais?
A proximidade histórica entre as cooperativas e os consumidores cria um contexto único para esses testes, permitindo explorar a confiança e o potencial de mudança nos padrões de consumo.
O impacto da abertura do mercado de energia
Atualmente, apenas consumidores de média e alta tensão podem optar pelo mercado livre, um cenário que mudou significativamente com a Portaria 50/2022. Desde janeiro de 2024, mais de 21 mil unidades consumidoras aderiram ao ACL, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O superintendente da Infracoop, José Zordan, destacou a importância do projeto para antecipar a abertura do mercado para baixa tensão, prevista para os próximos anos. "Estamos criando um modelo de aprendizado controlado que beneficiará tanto os consumidores quanto as permissionárias de energia. A ideia é preparar todos para as novas dinâmicas do mercado", afirmou.
O que esperar do futuro?
A realização desse piloto é uma oportunidade crucial para avaliar como o consumidor de baixa tensão se adapta a um ambiente de maior liberdade de escolha. Além disso, os resultados ajudarão a moldar políticas públicas e regulamentações para garantir uma transição justa e eficiente.
Com potencial para transformar o mercado energético no Brasil, o sandbox tarifário marca um passo significativo na direção de um setor mais competitivo, acessível e alinhado às necessidades dos consumidores.
Fonte: Eixos