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20 de fevereiro, 2024
LEITURA DE 5MIN
Reservatórios de hidrelétricas vão chegar a abril pela metade, afirma ONS
Período de poucas chuvas e aumento do consumo de energia trazem preocupações para o preço da conta de luz
O Operador Nacional do Sistema (ONS) emitiu um alerta preocupante para o cenário energético deste ano, após um janeiro com índices de chuvas historicamente baixos e recordes de demanda por energia.
Este alerta levanta questões sobre a disponibilidade dos reservatórios das hidrelétricas para enfrentar o período seco e contrasta significativamente com o ano anterior, quando os reservatórios apresentavam um nível de armazenamento de água próximo a 90% em abril.
Desafios atuais e projeções para o consumo de energia
O diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, destaca que desde o final de 2023, algumas usinas térmicas já estão em operação para suprir os picos de demanda por energia. As previsões para os próximos meses não são animadoras, com fevereiro e março também apresentando perspectivas desfavoráveis.
Apesar dos reservatórios ainda registrarem níveis razoáveis de armazenamento, em torno de 60%, o aumento contínuo no consumo de energia é um fator preocupante. Este aumento supera até mesmo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, de acordo com estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Impactos nas tarifas e na matriz energética
A potencial necessidade de acionamento das usinas térmicas pode resultar em um aumento nos custos de energia elétrica para os consumidores em 2024. Apesar de ainda não ser suficiente para alterar as bandeiras tarifárias, a geração térmica já está em operação nos horários de pico.
No entanto, a expansão do setor elétrico brasileiro tem sido focada em fontes renováveis, como eólica e solar, que representaram junto com as hidrelétricas 92,4% da carga energética ofertada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) no ano passado.
Desafios e oportunidades na transição energética
Embora as fontes renováveis estejam em ascensão, há desafios significativos relacionados à conexão dessas novas fontes intermitentes às linhas de transmissão no SIN. No âmbito da geração distribuída (GD), a demanda por conexões muitas vezes excede a capacidade de resposta da infraestrutura existente pelas distribuidoras.
Além disso, projetos como as eólicas offshore aguardam questões de licenciamento ambiental para de fato avançar, mas possuem discussões sobre como seria o escoamento de energia excedente no SIN quando não estiverem dedicadas à produção exclusiva de hidrogênio verde. Essas questões destacam a necessidade de planejamento cuidadoso e investimentos em infraestrutura para garantir a estabilidade e a sustentabilidade do sistema elétrico nacional.
Fonte: Terra
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