No Brasil, um levantamento recente da ePowerBay, utilizando dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), apontou a Albras Alumínio, Vale e Braskem como as três maiores empresas consumidoras de energia no mercado livre. Em agosto de 2024, esses grandes consumidores demandaram 824,6 MWm, 739,3 MWm e 540,7 MWm, respectivamente.

Concentração de consumo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste

As regiões Sudeste e Centro-Oeste abrigam a maioria dos consumidores no mercado livre, que inclui grandes indústrias e consumidores especiais com demanda de 500 kW a 1,5 MW. Este perfil inclui empresas que utilizam fontes renováveis incentivadas, como PCHs, biomassa e energia solar.

Esse movimento reforça o posicionamento dessas regiões como pólos de inovação energética, além de indicar a crescente relevância do mercado livre no atendimento de demandas energéticas diversificadas.

Expansão do mercado livre e mudanças no perfil de consumidor

Conforme indica a ePowerBay, o volume de compra dos consumidores livres está em alta, enquanto os consumidores especiais têm apresentado uma queda na demanda. Essa tendência reflete a transição do enquadramento de consumidores especiais para   consumidores livres, reforçada pela nova regra em vigor desde janeiro de 2024, que permite que consumidores de média e alta tensão, inclusive com demandas menores, migrem para o mercado livre.


Essa mudança amplia a capacidade de adesão de novos consumidores ao mercado livre, beneficiando mais de 100 mil novos consumidores, metade deles de porte menor, e promovendo um novo cenário para a gestão de energia no país.

Dados de consumo e a diversificação das fontes energéticas

De acordo com o levantamento, o Brasil contava com 3.324 consumidores livres em agosto com a demanda de 22,4 GWm, e 9.706 consumidores especiais, totalizando uma demanda de 2,75 GWm. Entre os consumidores no mercado livre, houve um crescimento de 21,9% no último ano, comparado a um aumento de apenas 1,2% entre consumidores especiais.

Ao todo, foram adquiridos 119,9 GWm, com 81,8% vindo de fontes convencionais e o restante de fontes incentivadas. Esse panorama evidencia que as fontes convencionais predominam entre os grandes consumidores, enquanto as incentivadas continuam essenciais para o desenvolvimento do mercado especial.

Fonte: Eixos